Eu sempre
achei estranho que o DPAC não tem muitas matérias a respeito.
Com 10
anos nesta jornada, eu ainda tenho dificuldade em falar sobre a questão.
Pois,
muitas vezes o DPAC não anda sozinho.
Ele é
acompanhado com outras dificuldades como: TDAH, autismo, dislexia, surdez, DEL,
DA, Sindrome de down e por ai vai.
São “n”
acompanhantes que podem dificultar no processo de melhora.
Neste
post tentarei explicar de forma simples o que é o DPAC.
Já adianto
que sou apenas uma mãe, sem nenhum conhecimento cientifico, apenas vivendo esta
jornada.
1 – DPAC
Possui
vários nomes como:
- Distúrbio
processamento auditivo central
-
Alteração do processamento auditivo
-
Transtorno do processamento
- E entre
outros.
2 - O que é o DPAC
A pessoa
com DPAC não tem o canal condutor do ouvido com o cérebro.
Exemplo: É como você estivesse dentro de
uma caverna e a entrada fosse bloqueada com uma grande avalanche de pedras.
Como não
existe este caminho, você fica preso.
As
pessoas do lado de fora, falam com você.
Você
escuta as vozes, mas não entende o que esta falando.
Outra explicação para DPAC é:
Imagina
você na China, e um monte de gente falando em chinês com você. Você escuta tudo,
mas não entende o que falam.
3 - E agora?
O cérebro
é mágico.
Ele
consegue adaptar as dificuldades da vida.
O cérebro
preso dentro desta caverna vai começar a escavar um novo caminho.
Não é um
processo muito rápido ou fácil.
4 - E quem cria este caminho?
O
profissional responsável para ajudar o cérebro escavar esta montanha de pedras,
é a fonoaudióloga.
É ela que
te ajudará e te guiará para sair desta caverna.
A cada
pedra que você retira, você passa a escutar melhor.
Exemplo: É como
você saísse da China e fosse para os EUA .
Você conhece algumas palavras, logo, entende o
contexto, mas não sabe direito o que estão falando.
5- E qual é o grau de dificuldade deste caminho?
Para sair
desta caverna, dependerá da quantidade de pedras que caíram nesta entrada.
Então o
DPAC é classificado como: leve, moderado e severo.
O teste
do DPAC é feita por uma fonoaudióloga especializada e em cabine acústica.
Ela
aplica diversos testes para identificar quais são as dificuldades.
6 - Método tradicional ou por cabine.
Para sair
desta caverna, o importante é ter materiais que possam te ajudar nesta
escavação.
Já pensou
se você tem uma escavadeira?
Seria bem rápido a saída, não?
O método
cabine é como se fosse uma escavadeira, mas como toda escavadeira o preço é
alto, e não são todos os tipos de pedras que esta maquina pode tirar. Então,
ela pode adiantar o processo, não é 100% de garantia.
7- Escavadeira
Comprar
uma escavadeira esta muito em moda hoje em dia.
Mas........
Conheço
pessoas que fizeram cabine acústica, e melhoram muito, até “ se curaram”.
Conheço
outras que fizeram e nada adiantou, pois quem conduzia não era especialista do
assunto, não sabia mexer no mecanismo.
E outras
que tiveram apenas um pouco de melhoras, pois as pedras que tinham na caverna,
não adiantava uma escavadeira.
Na época
do Gabriel, há 10 anos, fazer tratamento por cabine era muito caro.
Então,
optamos pelo método tradicional.
Escolhemos
uma fonoaudióloga especialista no assunto, e com técnicas e paciência, o Gabriel
derrubou pedras e conseguiu criar o seu caminho.
8 - Cura
Eu
acredito que para alguns casos existam “cura”, em outros uma grande melhora.
Se a
criança tiver apenas a falta do caminho, acredito na “cura”.
Se a
criança tiver a falta de vários caminhos, acredito na “melhora”.
9 – Não é apenas criar um caminho, é preciso criar
vários caminho.
Agora que
vem a parte mais difícil de explicar sobre o DPAC.
O DPAC na
maioria das vezes não é apenas criar um caminho.
É necessário
criar vários caminhos, precisa ativar vários fios condutores do ouvido para o cérebro.
Pode atingir muitos pontos como:
-
Memorização
-
Decodificação
-
Localização
-
Reconhecimento de sons verbais e não verbais
-
Sequencialização.
- E etc
Então vai
depender de qual grau é o seu DPAC para construir este caminho.
E é
através do exame de processamento auditivo é que verifica quais são os pontos a
serem trabalhados.
10– Acompanhamento multidisciplinar.
Dependendo
de quantos caminhos que você precisar criar, o processo de melhora do DPAC
acaba sendo lento.
A pessoa
com DPAC se sente cansada, frustrada, desanimada e principalmente incapaz.
E ter um
acompanhamento multidisciplinar como: psicologa, psicopedagoga, terapeuta ocupacional,
acompanhamento terapêutico, e etc são muito importante para auto
estima da pessoa com DPAC.
Se fosse
apenas criar um, dois ou vários caminhos acredito que seria fácil.
Mas, como
disse lá no começo, o DPAC sempre é acompanhado com outras dificuldades.
E
dependendo de quem acompanha, é o que faz a pessoa com DPAC ter
características diferentes uma das outras.