1 - Levo tudo ao pé
da letra: Eu não consigo entender gírias,metáforas, duplo sentidos e
piadas. As coisas que você diz não fazem sentido para mim.
Quando você diz: Segure a onda. Eu entendo: onda? Como
segura a água?
Quando você diz: Passe a batata quente. Eu entendo: passar
por onde? Porque a batata?
2 - Queria muito
brincar com você: eu gosto muito de brincar, mas as vezes não vou, porque
eu não sei como entrar na brincadeira.
As vezes eu digo que não quero, porque eu tenho medo de
errar. Se você chamar para brincar,
ficarei muito feliz.
3 - Não compreendo o
que você diz: eu tenho muito dificuldade de entender as pessoas, se você
fala muito rápido, não vou entender. Então, por favor, sempre que quiser falar
comigo, me chame pelo meu nome, fale devagar e com palavras mais simples.
4 - Não peça duas
coisas ao mesmo tempo: eu tenho muito dificuldade em guardar as
informações. Então, peça sempre uma coisa de cada vez e com frases simples.
Assim poderei te ajudar.
5 - Tenha paciência:
muitas vezes não entendo o que você fala, peço para você repetir várias vezes.
Falo muito: heim? O que? Mas, é que as vezes é difícil entender o simples. Não
faço por mal, uma coisa simples para você, é difícil para mim. Tenha paciência
comigo.
6 - Mostre as coisas:
eu tenho muita dificuldade em entender o que você esta falando. Então se você
mostrar como se faz, eu compreendo melhor.
A minha visão funciona melhor do que o meu ouvido.
7 - Fico triste: eu
sei que misturo as histórias, não entendo a brincadeira, faço bobagem, falo
errado, pergunto várias vezes a mesma
coisa, sou desajeitado mas, por favor, não goze, não ria de mim. Eu fico triste,
me magoa.
8 – Me ouça: eu
tenho dificuldade em contar uma história, por falta de vocabulário e de colocar
a história na sequencia. Eu sei que muitas vezes o que eu conto, ninguém
entende nada. As vezes começo falando alguma coisa, e mudo de assunto. Sei que
não sou bom de conversar, mas, queria muito que você prestasse atenção em mim.
9 - Sou capaz: eu
consigo fazer tudo o que me pedem. Só preciso de mais tempo para aprender e
entender. Tenha paciência comigo que eu vou conseguir.
10. Me abrace:
quando eu estiver triste, não precisa falar nada, basta me abraçar. Não sei
pedir um abraço seu, não consigo te abraçar. Mas, um abraço é a melhor ajuda
que você pode me dar.
Adorei seu blog Cristhiane,descobri que meu filho tem DPAC no final do ano passado.O que quer dizer que minha caminhada começou faz pouco tempo,estou na fase da culpa ainda. O tópico 8 - Me ouça é a cara dele. Nossa até me emocionei. No caso do Rafa a alfabetização foi tranquila ele não apresentou dificuldades, mas ele não entendia brincadeiras, tinha dificuldade de contar histórias. Nas festas de família muitas vezes com os primos ele dizia coisas que nada tinham haver com a conversa.Ficava uma situação chata, mas eu achava que ele era imaturo.Somente aos 10 anos ele despencou nas notas quando já estava no sexto ano, mas associei a derrocada ao nascimento do irmão que ele desejava muito, mas no início sempre tem um ciuminho. E foi assim que eu e a escola entendemos o problema ele passou raspando.Ele reprovou o sétimo ano o que foi muito dolorido, pois nos empenhamos, choramos e brigamos. No início novamente do sétimo ano ele até que foi bem, mas depois as notas foram caindo. Até fazer o exame o que foi uma verdadeira novela eu achava que ele tinha preguiça e era distraído.Não entendia como não conseguia seguir recomendações simples ou responder perguntas óbvias nas provas. Bom hoje sei que são óbvias para mim. Enfim tenho um longo caminho a percorrer agora. Estou me informando sobre o assunto e tentando entender como as coisas acontecem para ele.Espero manter o contato e trocar informações.Um abraço Roberta
ResponderExcluirOi. Roberta. Por mais difícil que seja, não se sinta culpada? Como ser culpada de algo que nem sabíamos que existia, não? Agora é correr atrás e com certeza tudo ficará bem. O me ouça até hoje o Gabriel luta para as crianças escutarem. Os adultos ainda se esforçam e tentam entender. Mas, os pequenos sempre o deixam falando sozinho. Mas, vamos em frente, o caminho é longo, mas juntos chegaremos lá. Vamos no unir para que mais crianças possam ser ajudada e tornar esta alteração, apenas um pedrinha no meio do caminho. bjks Cris
ResponderExcluirDescobri há pouco tempo que meu filho tem DPAC e encontrar o seu blog está sendo um grande alívio. Obrigada por compartilhar sua experiência! Grande beijo!
ResponderExcluirAdorei esta lista, curta e direta ficará fácil para repassar para família. Estou na luta com meu Gabriel desde seus 4 anos, além do DPAC ele tem um leve quadro de TEA. Graças ao bom Deus, ele tem um QI acima da média o que não o distância tanto das outras crianças. Mas com 11 anos ainda está no nível básico da alfabetização mesmo estando no 5o ano.
ResponderExcluirÉ difícil! Mas a tristeza passou. Minha luta é que ele tenha domínio das suas fraquezas cognitivas. Assim, saberá construir seus caminhos para levar uma vida normal com menos pressão da sociedade que é cruel.
Grata pelo texto.
Meu filho de 9 anos é bem descrito no numero 1 .. Ja o meu filho de 4 é igualzinho o 8. O mais novo mistura a sequência de um texto começa pelo fim, mistura e é dificil de entender além do pouco vocabulário e a insistência na repetição da minha fala. Texto muito bom
ResponderExcluirMinha amiga Christiane!!! Ficou show de bola essa mensagem. Vamos compartilhar!!!!
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho, Cristiane!
ResponderExcluirMe emocionou imensamente!!!
Tenho um filho com TPAC, descoberto há 1 ano e meio e ainda estou descobrindo a respeito, pois não recebi da profissional de fono que o atendia a orientação devida para isso.
Ele tem muitas dificuldades na fala (trocas) e não consegue se fazer entender claramente, o que fragiliza ainda mais a sua autoestima.
E, pra completar, sinto que a escola onde ele estuda não se interessa em colaborar com aluno dentro desse perfil de dificuldade de aprendizado.
Infelizmente...
Estou em busca de orientações sobre os direitos legais do aluno portador de TPAC, mas não consigo achá-los. Já pedi a algumas pessoas, sem resposta.
Você pode me orientar de alguma forma?
Desde já, grata!!!
Nadja
Oi Nadja. O DPAC não tem nenhuma lei que os protege. Porque eles não são considerados crianças inclusivas. Nós dependemos da boa vontade da escola e professores. Algumas pessoas vão para o conselho tutelar para procurar ajuda, algumas tem obtido sucesso e outras não. Mas, não desanime, eles melhoram. Só precisa ter muita, mas muita paciência. Se você puder levar o seu pequeno para o psicólogo seria ótimo. Por que ajudaria bastante na sua auto estima. Abraços
ResponderExcluirOi Nadja. O DPAC não tem nenhuma lei que os protege. Porque eles não são considerados crianças inclusivas. Nós dependemos da boa vontade da escola e professores. Algumas pessoas vão para o conselho tutelar para procurar ajuda, algumas tem obtido sucesso e outras não. Mas, não desanime, eles melhoram. Só precisa ter muita, mas muita paciência. Se você puder levar o seu pequeno para o psicólogo seria ótimo. Por que ajudaria bastante na sua auto estima. Abraços
ResponderExcluirMuito obrigada, Cristiane!
ResponderExcluirIncrível a sua atenção!!!
Procurarei uma psicopedagoga, então. O que acha?
Bj
Oi. Acredito que sim. O importante é o pequeno gostar do profissional, pois fará toda diferença!
ExcluirParabéns pelo blog! Pela sensibilidade e por dividir conhecimentos. Me emocionei com o texto acima. Consegui identificar claramente porque as outras crianças não querem brincar com minha filha. Minha vontade é imprimir e levar para as pessoas que convivem com ela como o professor de ginastica, as monitoras da brinquedoteca do clube entre outros. Estou sempre em busca do melhor para ela. Muito grata
ResponderExcluirAdorei seu blog!!! parabéns!!!
ResponderExcluirMeu filho foi diagnosticado com DPAC, porem eu nao vejo nada disso nele... essas dez dicas (lindas), nao o vejo precisando de nada disso... ele le, escreve, tira notas boas na escola, e olha que estuda numa das melhores escolas de nossa região (particular)... enfim... será que esse diagnostico esta correto?
Esse texto me fez chorar... Tão lindo! Minha filha de 10 anos foi diagnosticada com DPAC, pegamos o laudo/relatório ontem e, mesmo sabendo que viria com alterações, me senti um pouco desamparada... Vejo minha filha em quase todos os itens desse texto, fico triste por ver outras crianças da escola não se aproximarem dela pra brincar e conversar, geralmente brinca com crianças mais novas que ela... dói um pouco isso. Mas por outro lado, é ótimo ter um diagnóstico, é bom saber que rumo tomar e como agir e tratar a criança com DPAC. Seu trabalho nesse blog é muito bom! Não pare, por favor! Acredito que é de grande ajuda pra muitas mães, assim como eu, que são "marinheiras de primeira viagem". Como a Girleide acima, também gostaria de que todos que convivem com crianças assim lessem isso e pudessem compreender e ter um pouco mais de paciência e compaixão. E a vc meu muito obrigada por compartilhar. :*
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