No fundo, no fundo sabia que o Gabriel não tinha só DPAC, algumas peças não se encaixavam e outras peças pareciam fora do lugar.
O tempo foi passando, o Gabriel melhorando a cada dia e esperança por dias melhores era sempre aguardada
O sinal vermelho surgiu quando em uma avaliação deu que ele tinha depressão. Não aceitei, achei que era um exagero. A negação foi mais fácil do que olhar a realidade, mas liguei o sinal de alerta e comecei a prestar a atenção no Gabriel.
E com o tempo eu descobri que até pensamentos suicidas o meu pequeno teve. O mar calmo que a gente navegava era falso, e tive medo o tsunami vir e nos engolir.
O DPAC por si só, não explicava tanta dificuldade de socialização, de maturidade, de ansiedade que o Gabriel vinha sentindo.
Fizemos outras avaliações e descobrimos o autismo. Foi questionado porque ele não foi diagnosticado antes, eu disse que a evolução estava tão bem, que acreditava que não precisava procurar outro diagnóstico
Me sinto uma farsa. Uma mãe negligente, podia ter investigado mais e ter oferecido um maior apoio ao Gabriel.
TEA, DPAC, DEL, TPS, TAG são as sopas de letrinhas que o Gabriel tem. Sem esquecer da disfunção executiva que descobri agora e que explica tanta dificuldade.
A vida não é como um conto de fadas, a vida é feita de séries e em cada série enfrentamos novos desafios.