Quando eu descobri que o Gabriel tinha alteração do processamento auditivo, comecei a me questionar se realmente valia a pena trabalhar.
Eu pensava: neste momento o meu filho precisa de mim e preciso me dedicar para que possa crescer.
Pronto, decidido! Ficarei em casa, darei todo o carinho e assistência que o meu filho precise.
Só que você descobre que além de você, ele precisa de profissionais especializados, e pior ainda, o governo não te dá nenhum apoio e o seu convênio não paga todos os tratamentos.
E vem a questão: sem dinheiro, sem médico, sem atendimento. E o que resta?
Trabalhar e se desdobrar: trabalho, casa, filho.
Ok. Vamos trabalhar, mas como conciliar terapia, médico, trabalho, escola com a sua rotina?
A rotina do Gabriel é essa:
Segunda: psicopedagoga
Terça: fonoaudióloga
Quarta: psicopedagoga
Quinta: CT e psicóloga
Sexta: psicopedagoga (na época de prova)
E toda noite: conferir a lição de casa, ensinar ou rever.
Reunião de tempo em tempo na escola para ver como esta o progresso dele.
Médicos pediatra, endócrino, neuro para serem visitados em tempo em tempo.
E fora as obrigações domésticas como: limpar a casa, lavar e passar, fazer a janta.
Isso porque o Gabriel só tem DPAC, imagina os pais que tem filhos com autismo, síndrome de down, paralisia cerebral, imagine como é uma rotina destas mães que tem que trabalhar x cuidar da casa x do filho.
Se o governo não consegue pagar uma mãe para ficar em casa e ajudar o seu filho.
Pelo menos podia ajudar no tratamento médico que é tão caro.
As dificuldades e o cansaço que enfrentamos no dia a dia são muitas, mas a evolução que eles conseguem a cada dia vale todo este esforço.
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