Hoje eu vejo que o Gabriel ficou no meio do caminho.
Não faz parte do “padrão” da sociedade.
E também não é considerada
uma criança inclusiva.
E ficar no meio do caminho é ser esquecido.
É não fazer parte de nenhum lado e nem do outro.
Para governo estas crianças tem apenas uma dificuldade. E
deu um rótulo, uma sopa de letrinhas (TDA, THDA, DA, DPAC e etc).
Para sociedade é mais um caso de criança rotulada. Onde acreditam
que os pais utilizam como desculpa pelo mal comportamento ou por não conseguir acompanhar a turma.
Estas crianças rotuladas enfrentam muito obstáculos e desafios.
E precisam de ajuda de profissionais para o crescimento.
E principalmente da ajuda da sociedade para aceitá-lo do
jeito que são.
Hoje o Gabriel fala, expressa e se
comporta melhor.
Mas, para ele chegar onde chegou, foi um processo longo e
que investimos muito tempo.
Desde os 4 anos o Gabriel faz fono.
Aos 6 anos, Gabriel continuava na fono e foi para psicóloga.
Hoje, aos 12 anos, o Gabriel continua na fono.
Já a psicóloga ele faz um tempo, para e depois volta.
A psicopedagoga ele fez por dois anos e hoje não mais.
Ele poderia ter se desenvolvido muito mais.
Mas, por falta de recursos financeiros precisamos optar por
qual terapia que é prioridade no momento.
Se o governo investisse no desenvolvimento destas crianças,
com certeza a evolução seria mais rápida.
Estas crianças no meio caminho são capazes.
Só precisamos que todos acreditem na potencialidade e dê uma
chance.