O corre corre do dia a dia

Dr. Milson: Cris, você notou alguma diferença no Gabriel?

Eu: Ahn.... ahn.... deixa eu pensar.... você sabe que eu não sei?!? Só sei que ele esta feliz.

E esta pergunta ficou martelando na minha cabeça: você notou diferença? Como esta o Gabriel?

O meu próprio filho e não sabia como ele estava?!?!

Como pode isso?

Trabalho, casa, crianças, cachorro, beisebol, médicos, lição, provas, zap zap, blog, face e agora faculdade.

São tantas atividades que coloquei na minha vida, que hoje percebo que nada faço direito.

Me senti uma péssima mãe.

Uma mãe que não sabe a resposta de como o seu filho esta, foi levar uma facada no coração.

Foi um alerta de que preciso diminuir o ritmo.

Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo.

Tenho que focar o que é prioridade.

O duro é escolher qual é o mais importante?!?!

O Gabriel começou a fazer acupuntura há dois meses atrás.

Conversando com o dr. Milson, ele disse que o Gabriel precisava de “energia” para se desenvolver.

Pois, o Gabriel esta bem atrasado no seu desenvolvimento.

Eu pensei: Não custa nada tentar.

Depois da conversa, fiquei reparando mais no Gabriel, fiquei analisando o antes e o depois da acupuntura.

Sei que é cedo em dizer, pode ter várias coisas envolvidas, como o amadurecimento do Gabriel, o amigão sempre incentivando, os amigos etc e etc......

Mas, eu respondi o seguinte:

Milson com a acupuntura, eu percebi que o Gabriel melhorou muito a sua confiança e com isso ganhou auto estima.

Ele teve coragem de convidar os seus amigos da escola para o aniversário.

Na prova, ele esta se esforçando, responde as perguntas, antigamente deixava em branco.

Vejo que ele tenta puxar uma conversa, coisas que ele não fazia antes.

Mas, o melhor de tudo que ele esta feliz, muito feliz.

O ipad para os estudos - Mapa Mental

O ano esta terminando.

E a provas finais começam a aparecer.

Agora é tudo ou nada.

Este ano por contenção de custos, dispensamos a professora particular.

A fono deu a sugestão de utilizar o mapa mental* para facilitar os estudos.

Ela explicou que o DPAC tem a dificuldade na compreensão auditiva e o visual destas crianças são mais apurados.

Os primeiros que fizemos foi no papel.

Mas, era um tal de erra, apaga, escreve e apaga, ficava horrível a folha.

E pedir para o Gabriel passar a limpo, era uma tortura.

E desistimos de continuar.

E a fono descobriu um aplicativo no ipad.

O problema deste aplicativo é que não possuem muitas figuras para associação.

Mas, foi o que adotamos no nosso dia a dia.

No começo eu o ajudava para colocar as palavras chaves no diagrama.

Confesso que é difícil, os primeiros não ficou bom.

Mas, depois do 20º mapa, tudo fica mais fácil.......rs 

Hoje, o Gabriel aos poucos esta fazendo sozinho.

Ele ainda não consegue colocar os principais tópicos.

Então a lista fica imensa, mas acredito que aos poucos ele vai aprendendo a reunir as ideias principais.

O mapa mental ajudou bastante os estudos do Gabriel.

E utilizar a tecnologia, no caso do ipad, facilitou bastante a aceitação.

Pois, para ele, o ipad é sinônimo de diversão. 

Outro lado ótimo é que ele tem que digitar as palavras, logo, se ele escreve errado, o corretor ortográfico avisa, e ele acaba digitando da maneira correta.

E fora, que ao digitar, ele grava melhor as matérias.

É a tecnologia a serviço do homem.

*Mapa mental, ou mapa da mente é o nome dado para um tipo de diagrama, sistematizado pelo inglês Tony Buzan, voltado para a gestão de informações, de conhecimento e de capital intelectual; para a compreensão e solução de problemas; na memorização e aprendizado; na criação de manuais, livros e palestras; como ferramenta de brainstorming (tempestade de ideias); e no auxílio da gestão estratégica de uma empresa ou negócio.

Mamãe!! Hoje é o melhor dia da minha vida!!!!

Ontem foi quinta feira.

Dia de ir no seu amigão.

E dia de comemorar mais um ano de vida.

E este ano foi muito especial.

Além de comer sushi e sashimi, o seu prato predileto.

O dia na escola foi muito especial.

Eu: Vamos cantar parabéns!!!

Gabriel: De novo?

Eu: Por que de novo?

Gabriel: Na escola cantaram 3 vezes.

Eu: Como assim?

Gabriel: Os professores entravam na sala e cantavam parabéns.

Não tenho palavras para agradecer este gesto de carinho.

Para alguns pode parecer bobeira.

Mas, para outros é como se ganhasse na mega sena.

São estes pequenos detalhes, que fazem a grande diferença.

Sábado tem mais comemorações.

E o mais importante que o Gabriel criou coragem e chamou os amigos mais próximos da escola para cantar parabéns para ele.

E o melhor, as mães confirmaram levarão os pequenos.

E ele esta muito feliz por isso.

Aos poucos o Gabriel vai adquirindo confiança.

Aos poucos o Gabriel vai administrando a sua insegurança.

E assim, crescendo a cada dia.

Até que ponto vale a pena insistir?

Semana que vem o Gabriel comemora mais um ano.

E, novamente eu pergunto: você vai convidar alguém da escola?

Gabriel: Ainda não sei.

O Gabriel desde os 7 anos não convida mais os seus amigos da escola.

Ele sempre fala: eles não me convidam, porque eu tenho eu convidar.

Eu: Mas, quem sabe se você convidar alguém, este alguém não te convida também?

Gabriel: Não mãe. Não vou convidar ninguém.

E esta foi a resposta ao longo do tempo: Não vou convidar ninguém da escola.

Este ano, conversando com a psicóloga, ela levantou uma questão:

Cris, o Gabriel não convida os seus amigos da escola porque ele tem medo de não aparecer ninguém.

E por causa deste medo, ele prefere não convidar.

Caso, ele decida convidar, você precisa entrar em contato com as mães, explicar a situação, e ver quem poderá ir ou não.

Assim você já prepara o Gabriel para o dia da festa para não se decepcionar.

Quando a Nath trazia um convite de aniversário, eu sempre dizia: de novo?

E ficava esperando para ela dizer que não ia.

Hoje, eu falo: Mas, você não ter que ir? Será que a sua amiga ou seu amigo não ficará triste?

Sempre penso que o aniversariante pode ser um Gabriel.

Espero muito que o Gabriel crie coragem e convide alguém da escola.

Mas, também tenho receio que ninguém apareça.

Então, nem sei até que ponto vale a pena insistir.