terça-feira, 6 de agosto de 2013

Dói ouvir e machuca.

Todo dia eu pergunto para o Gabriel: Como foi a escola?
E ele responde: Bem.
Eu: E o que você fez?
Gabriel: Estudei
Eu: E o que você aprendeu? Brincou? Jogou?
Gabriel: Não sei. Não me lembro.

E assim termina o assunto.
Sempre resposta superficial e sem nada acrescentar.
Tem dia ele deixa escapar uma história, ele diz uma coisa a mais, e ontem foi este dia.

Eu: Como foi a escola?
Gabriel: Hoje, eu fiz trabalho em grupo sobre a mitologia grega.
Eu: Que legal!! E com quem você fez?
Gabriel: Com fulano e sicrano.
Eu: E quem escolhe o grupo? A professora?
Gabriel: Não, cada um escolhe o seu grupo.
Eu: E você fez com os seus amigos?
Gabriel: Não, mãe. Eu sempre espero os grupos se formarem.
Eu: Como assim? Você não escolhe? Você não disse que pode escolher?
Gabriel: Eu espero o grupo se formar, ai a professora me coloca em um grupo.
Eu: E por que você não escolhe?
Gabriel: Porque ninguém quer fazer comigo, então, espero a professora falar para onde tenho que ir.

Olho para ele, paro, fico com raiva, dói ouvir e machuca. Suspiro. E penso, o que vou falar?

Gabriel olha para mim e diz: Tudo bem mãe. Eu não fico mais triste, eu me viro.

3 comentários:

  1. Cris já passei por isto. Até chorei ao recordar. Mas briguei muito na escola para evitar este tipo de situação. A escola e os professores são responsáveis devem buscar soluções para que nossos filhos esteja integrados e não separados.
    Engraçado que meu Gabriel também falava frases do tipo :"não ligo mãe. Não tô triste."

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    Respostas
    1. Doi tanto, né? Ainda dói quando ele diz que algo não machuca......

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    2. Doi tanto, né? Ainda dói quando ele diz que algo não machuca......

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