sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A vida provou que eu estava enganada....


Quando o Gabriel tinha 4 anos, ele falava apenas palavras soltas e pela metade ola (coca cola), eta (bicicleta)
Eu achei que ele nunca falaria corretamente.
Pensei em chorar.
Mas aos 10 anos passei a entendê-lo.

Quando o Gabriel tinha 5 anos, ele não obedecia, vivia fazendo birras.
Eu achei que ele era mal educado e mimado.
Pensei em sumir.
Mas, aos 7 anos eu descobri que ele tinha DPAC.

Quando o Gabriel tinha 6 anos, ele não parava de chorar.
Eu achei que ele nunca pararia.
Pensei em morrer.
Mas, aos 12 anos eles se fortaleceu.

Quando o Gabriel tinha 7 anos, entendemos que que ele não compreendia o que falava ou solicitava.
Eu achei que ele nunca compreenderia.
Pensei em desaparecer
Mas, aos 11 anos com muito esforço, ele disse: agora eu entendo o que você fala.

Quando o Gabriel tinha 8 anos ele disse: não quero ir para escola.
Eu achei que ele pararia de estudar.
Pensei em voar bem longe.
Mas, aos 12 anos ele passou a gostar.

Quando o Gabriel tinha 9 anos e dizia que não tinha amigos.
Eu achei que ele nunca faria amigos
Pensei em me esconder
Mas, aos 13 anos ele disse: agora tenho amigos.

Quando o Gabriel tinha 10 anos, as escola era um desafio.
Ele não entendia o que os professores falavam.
Pensei em fugir
Mas, aos 11 anos ele disse: você sabe que agora eu entendo o que você fala

Quando o Gabriel tinha 11 anos, ele não sabia cantar ainda.
Eu achei que ele nunca aprenderia.
Pensei em sumir
Mas, aos 14 anos ele aprendeu.

Quando o Gabriel tinha 12 anos, as pessoas riam porque ele trocava as palavras ou letras.
Eu achei que seria sempre assim.
Pensei em evaporar
Mas, a cada dia ele vem falando melhor.

Quando o Gabriel tinha 13 anos, ninguém o chamava para ir em aniversários.
Eu achei que nunca o chamariam.
Pensei que enlouqueceria
Mas, quando chegou um convite, foi uma grande festa.

Quando o Gabriel tinha 14 anos, ele era ainda café com leite nos trabalhos da escola.
Eu achava que ele sempre seria assim.
Pensei em encobrir
Mas, a cada dia ele vem se esforçando para mostrar que é capaz de fazer.

Quando o Gabriel tinha 15 anos, quebraram o braço dele na escola.
Eu fiquei arrasada
Pensei em xingar.
Mas, no ano seguinte os amigos da escola passaram a entendê-lo e a inclui-lo realmente na escola.

Quando o Gabriel tinha 16 anos, ele foi para o ensino médio.
Eu pensei que ele não daria conta.
Pensei em ocultar.
Mas, a cada dia ele mostra interessado em aprender.

Hoje o Gabriel tem 17 anos.
E com ele aprendi o que é ser persistente.
E, principalmente o que é ser resiliente.

A vida mostrou que eu estava enganada.
Sofri demais.
Chorei demais.
Ontem eu pensava que ele não seria capaz.
E hoje, vejo o quão forte ele é.

Para as famílias que acham que o seu filho não será capaz, tenham a certeza.
Que eles mudam.
Eles crescem.
E tudo se transformam no seu tempo.