terça-feira, 18 de abril de 2017

O jogo da Baleia Azul.

Tenho recebido diversos alertas sobre o jogo da Baleia Azul.
Na primeira vez que recebi, nem dei bola, era na Russia os casos.
Depois tive o conhecimento que este jogo tinha vindo para o Brasil e fui ler do que ser tratava.
E para o meu espanto, o meu Gabriel já sabia o que era este jogo, conhecia cada detalhe.

Gabriel: Eu sei o que é este jogo da Baleia Azul.
Eu: Você já viu?
Gabriel: Vi na internet e sei como joga.
Eu: E como joga?
Gabriel: São várias coisas que você tem que fazer e no final você morre.
Eu: Como morre?
Gabriel: É assim...  você tem que fazer 50 desafios, como andar na ponte, andar pela rua, furar o braço e no final você tem que pular do prédio.
Eu: Porque será que a pessoa joga se vai morrer?
Gabriel: Eles não tem amigos.
Eu: E isso é motivo?
Gabriel: É que você não entende. Você não sabe o que é não ter amigos. Isso dói muito (com voz triste e embargada).

(silêncio no ar........ aqueles segundos que parecem uma eternidade, e você quer falar alguma coisa, mas não vem nada na cabeça..... )

Eu: Ainda bem que agora você tem vários amigos,né Gabriel?
Gabriel: É. Agora tenho muitos. Eu sou o rei de amigos!
Eu: Rei e convencido.
Gabriel: Não tenho culpa se sou legal.
Eu: Você é legal? Ata!
Gabriel: (Cai na gargalhada)........ é sou legal, sou o rei, sou o mito.

Independente que seja um jogo imbecil, com regras idiotas, é uma realidade que esta em nossa volta.
Para o Gabriel o motivo é falta de amizade, mas, pode ser vários outros motivos, como uma tristeza profunda, uma depressão, bullying ou até mesmo uma violência escondida.

O importante é  sempre ficarmos de olho nas pessoas que estão na nossa volta. Muitas vezes eles não sabem que estão doentes ou simplesmente não conseguem pedir ajuda.

Eu: E você conhece alguém que joga?
Gabriel: Não, não conheço.
Eu: Se você conhecer, você me avisa?
Gabriel: E como vou saber? É um jogo secreto?
Eu: Mas, dá para saber, você verá uma pessoa triste, isolada. E se tiver fazendo o desafio estará com braço cortado.
Gabriel: Tá mamãe. Se eu ver, serei amigo dela.
Eu: Sim, você vira amigo e me avisa.
Gabriel: Você quer se amigo também?
Eu: Sim. Porque um adulto consegue ajudar melhor.
Gabriel: Você quer dizer que eu não sei ajudar?
Eu: Lógico que você sabe ajudar. Mas, um adulto sempre encontrará um caminho mais rápido para resolver os problemas.

Podemos não salvar o mundo, mas podemos ajudar o próximo.



quinta-feira, 13 de abril de 2017

13 Reasons Why. Quais são as 13 razões que me fez refletir e fazer este post

Terminamos de assistir a série 13 Reasons Why, vimos os episódios no mesmo ritmo que o Clay levou para ouvir as fitas..... RS

Eu assisti a série depois da meninada postar sobre o filme. E resolvi assistir com a minha Tatazinha.

Achei a forma que contaram as histórias bem interessantes, mas alguns capítulos são um pouco pesado para adolescente ver. Na verdade eu nem atentei a classificação etária da série.
Mas, resumindo quais são as 13 razões que me fez refletir e fazer este post.

1 – Nós pais precisamos ajudar o nosso pequeno a superar todas as fases. Mas, a fase da adolescência é a pior época para todas as crianças. Porque todos têm as suas duvidas e problemas.

2 - Crianças com DPAC ou com alguma outra dificuldade tende a ter uma autoestima baixa. Então é importante procurar uma ajuda o quanto antes. Sabe aquela frase: Santo de casa  não faz milagres? É bem isso mesmo.

3 - Fazer uma intervenção multidisciplinar já na infância é muito importante para deixar fortalecido na adolescência. Fonoaudiólogas, psicólogas, terapia ocupacional, acompanhante terapêutico, fisioterapeutas, enfim tudo que possa ajudar.

4 – Participar e acompanhar o seu filho no dia a dia é muito importante.  Por mais difícil que seja o seu dia, eles precisam saber que tem o apoio familiar.

5 – Orientar o seu filho sempre. Dizer o que é certo o que é errado, e o que é estranho de fazer. Muitas vezes ele não tem noção de que aquilo não é legal, que é chato ou irritante. Por isso é importante acompanhar a rotina da sua criança para que você possa sempre orientar.

6 – Evitar chamar a atenção em público e sempre elogiar quando eles tentam fazer o seu melhor.

7 – Cada um tem o seu melhor, então não espere que o seu filho faça o melhor como as pessoas “normais”, e sim elogie cada conquista dele. Pode ser pouco para os outros, mas muito para ele.

8 – Tem dia, tem semana, tem mês que eles estão bem, estão esforçados e dedicados. E tem dia, tem semana ou mês que eles param ou até regridem. Não sei o porquê acontece isso, mas sempre esteja por perto para incentivar que eles voltarem a fazer o seu melhor.

9 – Converse com os amigos, professores, com as pessoas em sua volta. Fale de suas aflições, das suas dificuldades, dos seus anseios.

10 – Não tenha vergonha de pedir ajuda. Como falei acima: Santo de casa não faz milagres. As opiniões de outros para os nossos pequenos tem peso duas vezes maior. Peça para as pessoas em volta conversar com o seu filho da maneira de comportar, agir ou até mesmo de dizer que isso não é legal.

11 – E se for os amigos ou outras crianças para orientar, com certeza terá um peso 10 vezes maior.  Eles querem fazer parte do grupo, e o amigo dando uma dica, é muito melhor, pois não são o pai ou a mãe que vive pegando no pé.

12 – A escola tem a obrigação de combater o bullyng. Fazer campanhas, divulgar, chamar as crianças e os pais para conversarem e orientarem. Mas, é a nossa obrigação de preparar os nossos filhos para enfrentar o dia a dia. Nós pais que temos que estar atento a todos os sinais que o seu filho mostra.

13 – Não espere que o outro mude. Não espere que o outro aceite o seu filho. Prepare o seu filho para lidar com a adversidade. Ele que precisa entender que cada um funciona de um jeito, e que cada um pode fazer o seu melhor.

14 - Créditos finais: lembro que sou apenas uma mãe, não tenho nenhuma formação acadêmica, apenas a vivencia no dia a dia.
 O Gabriel tem 15 anos e ainda não entrou na fase da adolescência. Não sei como será a sua aborrescência, mas eu tenho ajuda dos amigos do Gabriel do beisebol e do softbol que convive, mostra o cotidiano e dá um toque.  E fazer parte de um grupo é muito importante para o crescimento do meu pequeno, porque ele se fortalece e se prepara para enfrentar a vida lá fora.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Afinal, o que é inteligência?

Quando o filho nasce, a gente pensa:
- Será que ele vai ser médico? Engenheiro? Presidente?
Sempre pensamos em grande profissões.
E desejamos que o nosso filho seja o mais inteligente da sala.

Mas, o que define a inteligencia?
Tirar boas notas? Ter QI alto?
Esta semana eu recebi uma mensagem sobre: Afinal, o que é inteligência? (texto abaixo).

E depois de ler o texto, eu percebi que estou no caminho certo, o Gabriel precisa apenas encontrar onde esta a sua inteligência......... 

Gabriel: Mãe, eu não sei o que eu serei quando crescer.
Eu: Você pode escolher qualquer coisa.
Gabriel: Mas, não sou bom em nada.
Eu: Você é bom em matemática. Faz conta de cabeça.
Gabriel: Mas, eu nem sei resolver os problemas, não adianta só saber fazer a conta.
Eu: Não existe apenas a profissão de professor, médico, engenheiro. Existem diversas profissões, tem gente que cuida do carro, do cachorro e da planta. Tem o vendedor, o cozinheiro.
Gabriel: Mas, você não deixa eu cozinhar.
Eu: Lógico, você quer começar cortando a carne, já falei que primeiro aprende a lavar a louça.
Gabriel: E você acha que um cozinheiro lava a louça.
Eu: Todos começam de baixo Gabriel, ninguém começa como presidente de uma empresa.
Gabriel: Para ser presidente você precisa receber votos do povo.
Eu: Não é presidente do Brasil, eu estou falando de presidente de empresa.
Gabriel: Ué? Tem mais presidente no Brasil, achei que era só a Dilma.
Eu: Não, agora o presidente é o Temer. E existe presidente em empresas também.
Gabriel: Eu sei que tem outros presidentes também, tem o Trump, é o presidente dos EUA. Eu só não sei quem é o presidente do Japão, você sabe?
Eu: Lá é uma monarquia. É rei e rainha.
Gabriel: Quem nasce rei, tem muita sorte, mora em um castelo, tem um exército para lutar, cavalos......
Eu: Gabriel isso é só em filmes.
Gabriel: Não mãe! Você não aprendeu no livro de história, sobre os feudos, sobre os reis, credo mãe, você não é esperta.

“E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo” ..... kkkkkkk


Afinal, o que é inteligência? - Por Isaac Asimov

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso, tendo o gerenciamento da cozinha como minha tarefa mais importante).

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.

Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?

Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.

Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.
Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.

Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.

A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.

Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:

“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”


E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.