quarta-feira, 5 de abril de 2017

Afinal, o que é inteligência?

Quando o filho nasce, a gente pensa:
- Será que ele vai ser médico? Engenheiro? Presidente?
Sempre pensamos em grande profissões.
E desejamos que o nosso filho seja o mais inteligente da sala.

Mas, o que define a inteligencia?
Tirar boas notas? Ter QI alto?
Esta semana eu recebi uma mensagem sobre: Afinal, o que é inteligência? (texto abaixo).

E depois de ler o texto, eu percebi que estou no caminho certo, o Gabriel precisa apenas encontrar onde esta a sua inteligência......... 

Gabriel: Mãe, eu não sei o que eu serei quando crescer.
Eu: Você pode escolher qualquer coisa.
Gabriel: Mas, não sou bom em nada.
Eu: Você é bom em matemática. Faz conta de cabeça.
Gabriel: Mas, eu nem sei resolver os problemas, não adianta só saber fazer a conta.
Eu: Não existe apenas a profissão de professor, médico, engenheiro. Existem diversas profissões, tem gente que cuida do carro, do cachorro e da planta. Tem o vendedor, o cozinheiro.
Gabriel: Mas, você não deixa eu cozinhar.
Eu: Lógico, você quer começar cortando a carne, já falei que primeiro aprende a lavar a louça.
Gabriel: E você acha que um cozinheiro lava a louça.
Eu: Todos começam de baixo Gabriel, ninguém começa como presidente de uma empresa.
Gabriel: Para ser presidente você precisa receber votos do povo.
Eu: Não é presidente do Brasil, eu estou falando de presidente de empresa.
Gabriel: Ué? Tem mais presidente no Brasil, achei que era só a Dilma.
Eu: Não, agora o presidente é o Temer. E existe presidente em empresas também.
Gabriel: Eu sei que tem outros presidentes também, tem o Trump, é o presidente dos EUA. Eu só não sei quem é o presidente do Japão, você sabe?
Eu: Lá é uma monarquia. É rei e rainha.
Gabriel: Quem nasce rei, tem muita sorte, mora em um castelo, tem um exército para lutar, cavalos......
Eu: Gabriel isso é só em filmes.
Gabriel: Não mãe! Você não aprendeu no livro de história, sobre os feudos, sobre os reis, credo mãe, você não é esperta.

“E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo” ..... kkkkkkk


Afinal, o que é inteligência? - Por Isaac Asimov

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso, tendo o gerenciamento da cozinha como minha tarefa mais importante).

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.

Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?

Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.

Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.
Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.

Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.

A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.

Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:

“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”


E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.


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