sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Dica de um filme de superação e conquistas.

Vale a pena assistir.

Gabriel tem 4 anos
E aos 6 anos ninguém entendia o que ele falava.
Foi diagnosticado com DPAC.
E nesta idade começou o seu tormento.
As crianças começaram a ignorá-lo ou gozavam da cara dele                      .

Ele começou a gritar, a chorar e se jogar no chão.
E todos começaram a afastar dele.
Virou o estranho da turma, ficou sozinho e escondido para as crianças não zombar dele ou roubar o seu lanche.
Entrou em depressão profunda.

A escola não soube lidar com a situação.
Não soube explicar para as outras crianças, porque o Gabriel agia daquela maneira.
E, as mães, preferiam que os filhos ficassem afastado dele.

E no beisebol encontrou a sua superação.

.......

Podia ser uma sinopse de um filme de superação.
Acredito que todos iam se emocionar.

Filmes de superação esta em nossa volta.
Basta apenas ver o próximo com outro olhar.
Muitas vezes, precisamos parar e perguntar: porque o outro age deste jeito? Qual é a sua história?
E não simplesmente julgar e se afastar.

O Gabriel continua o seu filme.
Mas, existem outros Gabriel precisando de ajuda, de atenção e um olhar especial.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Feliz Aniversário Gabriel

No dia do aniversário,
Alguns preferem não comemorar.
Outros adoram festa.

Gabriel é um que adora comemorar.
E este ano combinamos de não fazer nada.

Gabriel: Mãe, o que vamos fazer no meu niver?
Eu: Nada, estamos em uma época que precisamos economizar. O dólar esta alto.
Gabriel: E o que tem o dólar com o meu niver?
Eu: É tempo de vacas magras, temos que guardar dinheiro.
Gabriel: Dólar, vaca?!?! Nossa, mãe!! Estou falando do meu aniversário.

E faltando dois dias para o niver dele:

Gabriel: Mãe, o que vamos fazer no meu niver?

Eu: Já disse, este ano nada.
Gabriel: Nada?!?
Eu: Compramos um bolo e cantamos parabéns.
Gabriel: E posso chamar o tio João?
Eu: Tá bom.
Gabriel: Posso chamar o Digo e o Tiago?
Eu: Ok
Gabriel: Posso chamar os meus amigos do beisebol?
Eu: Vixi, agora vai virar uma festona!!! E não dá para chamar o povo faltando 2 dias para festa.
Gabriel: E porque não?
Eu: Porque não é o correto, é chato convidar de ultima hora.
Gabriel: Nossa, como as pessoas gostam de complicar, o que é chato é não fazer festa. 

Realmente Gabriel, a vida é tão cheio de etiquetas e regras.
O importante é ser feliz




.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Estrada em manutenção

Não sou médica
Não sou especialista
Sou apenas uma mãe

E na minha aventura com o Gabriel
Percebo que o DPAC não tem cura e sim uma melhora.

Uma explicação rápida de DPAC:
A pessoa que tem o DPAC não tem o fio que liga o ouvido com o cérebro.
Logo, a pessoa escuta, mas não entende o que foi dito.

E o que a fonoaudióloga faz?
Exercita o cérebro abrir uma via, um caminho.
Para que a criança possa processar as informações.

Uma vez aberto esta estrada, existe cura?
Pode ser que quando o grau de dificuldade é baixo, exista sim.
Já no caso do Gabriel que é moderado para alto, não existe.
Se ele não exercitar este caminho constantemente, esta via vai se fechando.

Porque eu estou dizendo isso?
O Gabriel no começo deste ano disse: “Mãe, estou cansado de fazer fono. Eu estou bem. Confia em mim”.

Depois de 09 anos fazendo fono, achei que poderia dar estas férias para o Gabriel.
Afinal de contas, ele estava bem.
Falava direito.
Entendia tudo.
Então, vamos parar.

E depois de 9 meses sem fono, percebo regressão no Gabriel:
- A fala mais infantilizado
- Dificuldade na solicitação de duas ordens ao mesmo tempo
- E voltou a ter as trocas nas palavras.

Cena 1
Eu: Gabriel, leva os copos para cozinha e aproveita e desce o lixo.
Gabriel: tá bom.
Gabriel vai para cozinha sem os copos, e sai com o saco de lixo da cozinha.
Eu: Gabriel, porque você não levou os copos para cozinha?
Gabriel: Uê? Você não pediu? Mandou eu levar o lixo.
Eu: Eu pedi para levar os copos e depois levar o lixo.
Gabriel: Ehhh, mãe, você só faz confusão. Agora vou levar o lixo.

Cena 2
Gabriel: Mãe estou com galo.
Eu: Galo? Galo onde?
Gabriel: Na mão.
Eu: Não, Gabriel, é calo que se fala.
Gabriel: E o que eu disse?
Eu: Galo com G e é Calo com C.
Gabriel: Calo, calo, calo, galo, galo, galo.
Eu: Olha aí você falou galo de novo.
Gabriel: Falar galo é muito complicado.

A neve cai
As folhas caem
E os buracos se abrem.
E a estrada do Gabriel sempre precisará de uma manutenção.


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O tio que sabe tudo de beisebol

Gabriel adora o tio Binho.
O tio Binho é o cara.
O tio que sabe tudo de beisebol.

Quando o Gabriel era pequeno, vivia perguntando:
Você conhece o meu tio? O tio Binho?
Quando a pessoa dizia que não conhecia, ele ficava indignado.
Como você não conhece o meu tio Binho?!?!?

O ano que vem o Gabriel tem a meta de jogar beisebol nos EUA.
E se der certo, vai jogar no mesmo time do seu amigo Daniel.

Para conquistar o seu objetivo, lembrou dos ensinamentos do seu Amigão.
O seu amigão sempre dizia: Gabriel você precisa ter muita dedicação, muito treino e muito foco.

Então, pensando nos seus conselhos, ele decidiu que o ano que vem ele precisa ir para o mesmo time do Daniel jogava ou para um time que esta conquistando vários títulos este ano.

Só que estes “melhores times”, tem excelentes jogadores, e a chance dele jogar serão mínimas.
Com certeza o Gabriel será banco dos bancos.

Gabriel: Mãe, o ano que vem não sei se vou jogar no time de Y ou Z?
Eu: Como assim Gabriel? Os seus amigos vão para o time X.
Gabriel: Eu quero ir para um time que o homens dos EUA vão para buscar atletas
Eu: O time Y ou Z tem ótimos jogadores, então você não teria chances de jogar por lá
Gabriel: Vou sim, mamãe. Porque agora eu sei que quero jogar nos EUA, e treinarei bastante.
Eu: Não, sei. Acho que você devia ir para o time X.
Gabriel: Vou falar com o meu tio Binho. Ele sabe tudo.

Os dias passaram, e ele encontrou o tio.

Eu: E aí, Gabriel, o que o seu tio falou?
Gabriel: Ele disse que eu posso jogar em qualquer time. Posso ir no X, Y ou Z. Mas, o melhor do beisebol é jogar com os amigos. Então, vou para o time X.

Este tio Binho é sensacional.
Sempre dando a resposta certa.
Não desestimulou e ainda deu a opção de jogar com os amigos.
Realmente, tio Binho é o cara, sempre me surpreendendo.

Obrigado tio Binho


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Trevo de quatro folhas

Começou as provas do terceiro trimestre do Gabriel
E começaram as minhas provas do terceiro semestre da faculdade.

Gabriel estudando de um lado.
E eu estudando do outro.

Este ano esta sendo muito difícil para o Gabriel
8º ano e as matérias estão muito complexas.
Mesmo com a professora particular, não conseguimos um bom resultado.

Os professores dizem que o Gabriel se esforça em sala de aula.
Pergunta, questiona e participa.
Mas, que realmente o conteúdo é muito puxado para ele.

Gabriel: Mãe, saiu a minha nota de história, tirei 1.
Eu: Que bom, pelo menos não foi zero.
Gabriel: A Rosana (professora particular) ficará triste, nós estudamos tanto.
Eu: Tudo bem, Gabriel. Ainda tem a prova oral.

Prova oral, outro tipo de avaliação que agora não esta fazendo muita diferença.
Precisava encontrar outra solução, mas não faço ideia.
E a escola até o momento não se posicionou como avaliá-lo de forma diferente.

Gabriel: Mãe, você vai onde?
Eu: Hoje eu tenho prova.
Gabriel: Pera um pouco.

Lá vai o Gabriel no quarto.
Pá, Tum, Bum, Pá, Bum, Tum.

Eu: Gabriel, você esta quebrando o quarto?
Gabriel: Estou procurando meu trevo de quatro folhas para te dar sorte, mas não estou encontrando.
Eu: E esta dando sorte para você?
Gabriel: É..... (parou.... pensou.....) acho que não esta dando muita sorte.
Eu: É só uma lenda, a sorte é para quem estuda e se esforça.

Entretanto, para algumas pessoas, não adianta apenas estudar e se esforçar, precisa de uma ajuda a mais, de uma forma de aprender diferente.
Um dia....  
Um dia.........
Quem sabe teremos um ensino diferente para pessoas diferentes.